Rio terá a primeira fábrica de semicondutores da América Latina

18 01 2008

Quem vinha acompanhando a lenga-lenga da TV Digital no Brasil, lembra que essa era uma das promessas do Governo Federal para o país, que definiria, a partir de um pré-requisito aos japoneses para a implantação do ISDB (padrão japonês de Tv Digital) o compromisso firmado por ambas as partes para uma, veja bem, possível instalação de uma fábrica de semicondutores.

Acabou que quem construirá a tão esperada fábrica será uma empresa americana. O Governo, numa atitude plausível, decretou em outubro do ano passado que abriria mão de todos os impostos federais, inclusive o imposto de renda, em favor da construção de fábrica(s) de semicondutores, que além de impulsionar e baratear o mercado interno de chips para Tv Digital, traria avanço tecnológico significativo ao país em diversas outras áreas que demandem alta tecnologia.

A Symetrix anunciou, para alegria de entusiastas cariocas, que erguerá sua poderosa fábrica, ao custo de US$1 bilhão, no Rio de Janeiro, mais precisamente no Parque Tecnológico do Rio, no Campus da UFRJ.

Um dos avanços que os semicondutores produzidos por essa empresa trouxe ao mercado de chips foi o cartão que funciona sem contato com a leitora, que identifica os dados do cartão por ondas de rádio. Você não precisa tirar o cartão da carteira para passar diante da leitora. A tecnologia da Symetrix já é utilizada nos trens, metrôs e carteiras de habilitação do Japão. Nesses cartões, conhecidos como smart cards, o chip não é aparente, e a memória que registra os dados é altamente resistente.

Voltando ao assunto Tv Digital, a fábrica a ser construída aqui no Rio, poderá construir qualquer tipo de chips, inclusive aqueles usados na Tv Digital, embora esse ainda não seja um dos planos iniciais da companhia, que previa apenas a fabricação de cartões e leitores, mas, que, antes de sair do papel, já cresceu para níveis de exportação de etiquetas inteligentes para os Estados Unidos e incluiu também a produção dos smart cards que eram comercializados pela Symetrix somente no Japão.

Fontes: ComputerWorld e Último Segundo





Decodificador HDTV por R$200 em Janeiro

20 12 2007

O assunto TV Digital foi algo que chamou bastante atenção dos internautas mais interessados em tecnologia nos últimos meses. Com a proximidade do início das transmissões da TV Digital aberta, em 2 de Dezembro, a massa de pessoas diversas, sejam eles fãs de tecnologia ou não, passaram a buscar a mesma informação. E nesse bolo de notícias relacionadas, um tema foi consenso: o preço do set-up box.

Aqui no Digo, esse foi um dos motivos que citei “para não aderir à TV Digital — por enquanto”. No texto, eu disse que “[…] os decodificadores que os fabricantes prometem colocar no mercado á tempo para o início das transmissões custarão por volta de R$ 700 sem recurso algum, nem interatividade, nem HDTV […]” e mais, informei que “[…] se o Governo conseguir colocar no mercado os receptores com valores em torno de R$ 200, segundo os fabricantes, isso só será possível com utilização de hardware e sinal voltado para a recepção móvel da TV Digital […]”.

Bem, tenho boas notícias pra dar: duas empresas do consórcio formado por Brasil e Índia para produção de aparelhos voltados pra TV Digital pode simplesmente dar um boom absurdo à TV Digital. Se a Enconre e a Comsat colocarem os decodificadores anunciados por ele com custo de produção de R$200 e vendidos ao consumidor por R$250, isso promoverá no país uma aderência a uma nova tecnologia como jamais vista nesse país. Digo mais, o Brasil pode se tranformar não apenas no país com a melhor TV Digital gratuita do mundo, em termos de codificação e modernidade de suas especificações, mas, também no país a adotar massivamente à tecnologia HDTV (Alta Definição).

Sim, porque a R$250 não haverá quem não compre! Vamos só esperar os outros jogadores (fabricantes de TV) mexerem suas peças nesse tabuleiro, que, depois desse anúncio, pode dar uma guinada inesperada.

Acho que teremos grandes surpresas a caminho!

Fonte: TelaViva News





Globosat pronta pra transmitir em HD (Alta Definição)

27 11 2007

Acabei de ler que o Globosat HD já está pronto pra ir ao ar, e que, claro, a Net será a primeira a oferecer o canal e que a mesma colocará no mercado uma set up box compatível “nos próximos dias”.

Depois do anúncio do lançamento da TV Digital aberta marcado pra 2 de dezembro, havia uma certa sensação de desconforto entre alguns executivos das teles por conta de que um sinal com tanta tecnologia chegar primeiro no Brasil por vias gratuitas. A Globosat, por exemplo, até tentou estar com seu canal pronto e comercializado em novembro, mas, não sei se eles conseguirão assinantes em tão pouco tempo, até o dia 2, a ponto de ficar a cargo deles, Globosat, e com isso da TV por assinatura em geral, o título de precursor da HDTV no Brasil, o que é uma boa jogada de marketing, e pra eles isso faz uma enorme diferença.

O canal, repito, já pronto pra ir ao ar, caso eles queiram, nesse exato momento – pra ninguém ver, tudo bem, só por questões de marketing… O canal será uma espécie de “superstation , ou seja, combina conteúdos diversos de diferentes canais. Haverá filmes em alta definição, eventos esportivos (como a última rodada do Brasileirão, a Copa do Mundo de Volei no Japão, jogos do Panamericano) e shows produzidos especialmente para o canal”.

Realmente se eles quiserem colocar esse canal no ar, agora, que é horário nobre, o que contaria ponto a favor pra eles, daria no mesmo que a TV digital aberta caso fosse argumentado que eles trasmitiram o sinal, mas, ninguém viu. Afinal, pelo menos em termos de proporção de população apta a comprar o conversor pra HDTV do sistema aberto e os números reais de compradores até 2 de dezembro, versus o número de expectadores fanstasmas desse canal surpresa daria o mesmo em termos estatísticos, o que não importaria pro seu principal propósito marketeiro: ser o primeiro!

Fonte: TelaViva News





Motivos para não aderir á TV Digital – por enquanto

16 11 2007

Como sou um aficcionado pelo assunto, muitas das pessoas que me conhecem pessoalmente me perguntam algumas coisas relacionadas á TV Digital e tecnologia em geral. Esses dias eu conversei com um amigo meu e chegamos á um denominador comum: a TV Digital, por enquanto, será uma futilidade.

Vamos ás razões:

Programação – Não haverá inovação alguma na sua forma de ver TV. Nem em Dezembro, nem nos longos próximos meses seguintes. O usuário que quiser se atualizar com a nova “tecnologia” irá pagar para trocar o 6 por 1/2 dúzia. Irá comprar para assistir á algo que ele assiste de graça. Sua grade de programação será a mesma naquele seu televisor de 1980, sem nenhum detalhe a mais. A multiprogramação, com dois programas ou mais sendo transmitidos no mesmo canal não será uma realidade para o brasileiro – multiprogramação não é uma intenção das emissoras, visto que não há forma de patrocínio /publicidade que sustente tal finalidade. Como disse Fernando Bittencourt, diretor de engenharia da Tv Globo, “nós não temos duas Casas Bahia”.

Imagem – Sua imagem não irá mudar: a menos que você compre um caro televisor de Alta Definição, a qualidade da imagem na sua TV só estará mais limpa. O que quer dizer que, pra maior parte da população, o usuário pagaria centenas de reais para ter o equivalente a apenas uma anteninha melhor. O sinal da TV Digital é mais robusto, mais forte, sim. Ou ele pega ou não pega. Mas, não espere uma melhoria espantosa na qualidade da imagem, a menos que você assista á conteúdo em HDTV. Por falar nisso…

Alta Definição (HDTV) – O abastado cidadão que se dispor á comprar os equipamentos necessários, que significa dizer um televisor digital caro e mais o receptor preparado para Alta Definição – que não é o mesmo “baratinho” de R$ 700 que pretendem colocar no mercado “popular” -, pagará, pelo menos uns R$ 5.000 para assistir á novela das 8 e alguns jogos de futebol – de acordo com os planos de HDTV da maior emissora do país. Serão milhares de reais gastos pra ver uma programação escassa, com pouquíssimas horas de transmissão em alta definição.

Interatividade – Você quer comprar um decodificador que estão prometendo lançarem no mercado, com preços iniciais de R$ 700 para não ter HDTV, multiprogramação, interatividade e nem guia de programação? Pois é isto que acontecerá inicialmente. Para se ter recursos de interatividade, o receptor que será vendido por essa bagatela não terá, inicialmente, o software necessário para codificação e decodificação das informações interativas. O software chamado de GINGA, é um software nacional, desenvolvido em parceria entre o Governo Federal e universidades brasileiras, porém, seu uso pleno nos receptores ainda não foi testado.

Mobilidade – Você sonha em assistir á tv na liberdade de seus passos, através da telinha micro do seu celular? Então espere a queda de braço entre o Governo e as operadoras de telefonia móvel. Enquanto o Governo sonha com as promessas (que nunca deixam de ser promessas…) as operadoras brigam com unhas e dentes por essa fatia do bolo: os dividendos dos tráfegos de dados gerados pela vizualisação de vídeos nas suas redes. O que a tecnologia adotada pelo Brasil permite é que se assista á programação de tv nos celulares gratuitamente, fora do uso das redes de celular, com alterações de hardware feitas de fábricas. Porém, com os aparelhos hoje sendo mais das operadoras do que das montadoras (Nokia, Samsung, etc), quem decide o que oferecerá o celular? Elas, as comedoras dos preciosos reais por minuto. “Porque de graça se nós podemos cobrar por isso?”, pensam as cabeças controladoras dessas companhias

Preço – Nem preciso dizer mais né? Os decodificadores que os fabricantes prometem colocar no mercado á tempo para o início das transmissões custarão por volta de R$ 700 sem recurso algum, nem interatividade, nem HDTV. Aos usuários que quiserem pagar por conteúdo em alta definição desembolsarão algo em torno de R$ 1.000 pra ver o que eu já disse: uma média de 2 horas/dia de programação. Se o Governo conseguir colocar no mercado os receptores com valores em torno de R$ 200, segundo os fabricantes, isso só será possível com utilização de hardware e sinal voltado para a recepção móvel da TV Digital, os chamados 1-SEG, e que terá, veja bem, metade da resolução da atual tv analógica.

Sinceramente, não poder ver nem o que está passando na tela, como nome do programa e sinopse, pra mim, não vale o meu dinheiro nem a minha paciência. Na melhor das hipóteses, o sujeito que pagar os milhares de reais necessários para se tirar o melhor proveito da tecnologia, levará pra casa um elefante branco capaz de proporcionar apenas 2 horas de conteúdo em HDTV, a única promessa a ser cumprida com o início das transmissões. Na pior das hipóteses, o cidadão comum desembolsará uma quantia equivalente a 2 salários mínimos pra pagar o imposto mais caro para se assistir á televisão aberta e gratuita que esse país já viu, sem com isso levar nada em troca.

Detalhe: esse decodificador de sinal digital é feito justamente pra receber o sinal e adaptá-lo á resolução do seu aparelho televisor, o que quer dizer que invariavelmente você estará sujeito à qualidade de imagem oferecida pela sua telinha.