Não à Lei Rouanet em benefício de “Templos Religiosos”

31 05 2007

Não acredito que seja uma boa parte da população, nem um grupo tão grande. Mas sei que não sou o único á saber que está prestes á ser aprovado um projeto de lei que beneficiaria templos religiosos de qualquer natureza com base na Lei Rouanet.

Há poucas semanas, inclusive, o excelentíssimo Jô Soares entrevistou o nada excelente Senador Marcelo Crivella, onde o Jô expunha completa e abertamente a sua opinião discordante à do Senador em questão. Por um simples motivo: o Sr. Crivella quer modificar a Lei Rouanet que já beneficia e abrange os chamados equipamentos culturais de qualquer natureza, sejam eles igrejas históricas, sejam centro culturais, bibliotecas ou museus. A Lei, nesse caso, os beneficia de forma que dá a esses locais benefícios fiscais e os autoriza á receberem dinheiro proveniente de empresas particulares, que por sua vez, tem, por lei, o direito de investirem 4% do montante equivalente ao Imposto de Renda devido. Para tanto, desde que sejam devidamente um instrumento cultural de importância á uma comunidade ou até mesmo para o país.

O que, portanto, é preciso destacar, é que igrejas e templos históricos já se beneficiam com a lei. O que, no caso dos templos da Igreja Universal, naturalmente não se incluem por não se tratar de nem de templo histórico, nem de equipamento cultural. Entretanto, visando modificar a lei e abranger os seus “suntuosos” templos, o Senador Crivella quer modificar a lei, e colocar o texto completo, onde não deixaria dúvidas de que qualquer igrejinha que fosse – se você quiser abrir uma no fundo do seu quintal, teria total direito de participar, portanto! – poderá se beneficiar de incentivos privados e mordomias econômicas federais. É com essa frase que eles pretendem garantir novos direitos às suas igrejas:

“templos de qualquer natureza ou credo religioso”

“Bibliotecas estão sucateadas, obras de arte encontram-se abandonadas em porões de museus, por falta de recursos para recuperação, jovens não conseguem realizar seus sonhos, não me refiro apenas ao teatro, mas à dança, à música e a outros meios de expressão artística, ainda assim o senador quer dar uma ‘mordidinha’ na Lei Roaunet” diz o ator Juca de Oliveira.

“O que o senador Crivella quer é um absurdo, se fosse realmente para preservação de patrimônio histórico então não seria necessário, já está na lei. Claro que a intenção é de abrir uma brecha”, ressalta Jô Soares.

Se vocês quiserem dar a sua colaboração em uma petição que será entregue ao Congresso Nacional, é só irem á este link aqui, “Não à Lei Rouanet para Templos Religiosos!”

A minha assinatura é a 13901 e isso é o que eu DIGO, á favor da classe artística e cultural, em respeito ao cidadão e como forma de conscientização ao bom uso dos nossos escassos recursos:

“Exigimos, através dessa petição, que os direitos brasileiros numa democracia sejam cumpridos. Estamos aqui, com nossas assinaturas para dizer NÃO à essa politicagem mesquinha, e corruptiva, onde o Senador Crivella visa beneficiar-se do dinheiro público para ampliação de patrimônio próprio.

Suas igrejas, todos sabem, são máquinas de fazer dinheiro. As poucas ações benéficas à população realizada por sua empresa chamada Igreja Universal, são de pequeno valor, comparado ao montante financeiro extraído anualmente em seus cultos ou atividades similares. Não quero julgar a finalidade, honestidade nem religiosidade dos cultos e atividades da igreja, porém, quero, através da minha e de muitas assinaturas, dizer NÃO como cidadão, ao uso do dinheiro público de forma desrespeitosa e indigna.

Se algum dia quiser contribuir com meu dinheiro, de qualquer espécie, me darei o direito e a chance de caminhar até a Universal e afins, para com isso, fazer valer um direito e uma vontade meus. Sendo assim, não permito que dividendos oriundos do bolso da população em geral, seja usado para causas próprias, das que descordo, e enriquecimento de grupos e falsos ‘homens de Deus’.” Thyago Miranda

 


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5 responses

20 06 2007
NILO SANTOS

PARABÉNS AO SENADOR CRIVELA PELA ATITUDE! AS IGREJAS TEM CONTRIBUIDO MUITO PARA MANTER A ORDEM NESTE PAÍS E DEVE SER RECONHECIDA SIM! SERÁ Q APENAS ATORES E ATRIZES, MÚSICOS E ARTISTAS Q HORAS FAZEM PAPEL DE PESSOAS RECATADAS E HORAS ESTÃO ENVOLVIDOS EM ESCÂNDALOS, PROMOVENDO A PROSTITUIÇÃO E TODO O TIPO D LIXO DEVEM TER SEUS EVENTOS PATROCINADOS? POUPEM-ME! POUPEM-ME! PARABÉNS SENADOR!

29 06 2007
Sandro Decottignies

Esse crente semi-analfabeto não prefere ir lamber os sapatos importados do “bispo” Macedo, em vez de ficar escrevendo porcaria na internet?
“As igrejas têm contribuído muito para manter a ordem”… Faça-me o favor!

29 06 2007
Thyago Miranda

Concordo Sandro!

Acho que, pelo menos aqui no Brasil, eu desconheço participação efetiva da igreja em questões políticas de quase qualquer origem, exceto, infelizmente, de origem duvidosa, como o caso da Igreja Renascer e os seus “bispos”.

Além do que, com ou sem participação, que de qualquer modo realmente não há, que “ordem” utópica é essa que o Nilo Santos insiste em dizer haver no Brasil?

É cada coisa né?!

18 08 2007
Mário Santos

Meu filho, em primeiro lugar não grite, ou você não sabe que na Internet escrever com todas as letras maiúsculas significa grito. Segundo: As igrejas evangélicas tem contribuído muito para manter a ordem nesse país??? Há, há, há, há, há!!! Você não vê telejornais, né? O quê você me diz dos escândalos financeiros envolvendo deputados e senadores evangélicos, ou você também é um daqueles que acreditam que tudo isto não passa de uma perseguição da mídia. Outra coisa: Manter a ordem em um país como o nosso onde a Democracia é o maior bem, ou pelo menos deveria, implica em aceitar a grande diversidade religiosa nele existente, coisa que os evangélicos fazem exatamente ao contrário; aliás, lendo seu texto acima, eu noto a grande falta de respeito e conhecimento pela cultura e pela arte em nosso país.

18 08 2007
Thyago Miranda

Pois é Mário,

temos que nos deparar e conviver com certas pessoas que nem expressarem suas “importantes” opiniões elas sabem. Resta-nos, somente, a indignação de saber que essas pessoas de tão pouca desenvoltura apóiam e seguem outros que, ao contrário delas, até sabem sim usar os seus bons dotes expressivos. O grande problema é que as intenções destes é que não se adaptam a um caráter honesto com qual eles deveriam ter na integralidade de seus trabalhos.

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