Mais do que nunca, hoje, precisamos dos trens de alta velocidade

25 07 2007

O momento de tragédia que paira sobre o país nos tem feito refletir N soluções aos problemas já existentes, contorno aos possíveis futuros e novas formas de investimentos que desafoguem o que já foi feito e não nos deixe de mãos atadas e completamente dependentes de um único serviço de transporte de massa. E todos esses pensamentos convergem á uma única solução inteligente: os trens de alta velocidade.

“Um governo alheio a vaias é responsável pelo desmonte de uma das mais respeitáveis e confiáveis empresas áreas do mundo, a Varig, em benefício da TAM”

Há algum tempo atrás eu publiquei aqui no Digo uma matéria que ainda tem rendido audiência ao blog, que você pode ver aqui. Naquela época, quando a mídia anunciava, enfim, um movimento inteligente do governo acerca de investimentos em transportes, nós já havíamos vivenciado o caos que o trágico acidente de setembro do ano passado, com a queda do Boeing da Gol, deixou no país. Mas ainda não tínhamos vivídos o colapso. Infelizmente tivemos que viver o inadmissível, além do já insuportável drama passado por famílias que se dizimaram no vôo 1907, para que soluções sob pressão fossem tomadas. Soluções, essas, que ainda não passaram pela avaliação e aprovação geral. Esse governo, por sinal, já está mais do que na hora de fazer coisas mais inteligentes, seja sob pressão ou não. E é nesse ponto, que ainda, depois de tudo, encontramos líderes partidários dispostos a querer argumentar e defender-se de formas estranhas:

” Em apoio ao Palácio do Planalto, o PT decidiu partir para o ataque à cobertura da imprensa sobre o acidente da TAM em Congonhas.” [Veja aqui] Depois de tudo o que o país viveu, nossa voz-maior, a imprensa, dessa vez não pode se calar. Ela hoje tem sim que exigir, de forma mais intensa e apressada, que respostas cabíveis sejam dadas. Ainda estamos, só para constar, sem as tais respostas sobre o segundo maior acidente da aviação civil da America Latina. E isso, porque a imprensa foi como o senhor Ricardo Berzoini quis: “branda”. E ele ainda quer falar de “superdimensionamento” na exposição da imagem do assessor da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, flagrado fazendo um gesto obsceno ao saber que o avião da TAM poderia ter uma falha mecânica. O que esse assessor fez, foi simplesmente o sinal do “fodeu”. Estamos assim, leitores. Os fodidos, somos nós.

“Assessores do presidente deste país eximem-se da responsabilidade e do compromisso com a segurança de nosso povo exibindo gestos pornográficos”

Por sua vez, a nossa Ministra, já nacionalmente conhecida por suas respostas “ágeis”, “objetivas’, “construtivas” e “inteligentes”, Marta Suplicy, diz não ter nada a declarar sobre o acidente. [Veja aqui] Quem quer que esteja lendo esse texto nesse momento, dessa vez, querido leitor, eu não posso ser tão incisivo, tão rigoroso ou tão rude nos meus comentários sobre essa infeliz declaração da pessoa que esse país tem como responsável sobre o departamento de Turismo. Eu, dessa vez, sinto-me triste, magoado, não com ódio, mas, com pena. Depois de protagonizar um episódio de profundo vexame, há cerca de 1 mês, que já virou piada e comercial de Tv, o “relaxa e goza”, essa pessoa que tanto poderia fazer, se realmente tiver a capacidade que eu achei que ela tivesse, afunda-se completamente num poço de ignorância, completa falta de sucesso em sua exposição. Não sei mesmo o que pode se passar, hoje, pela cabeça dela. Uma coisa é certa: nesse cargo, ela não pode ficar. Não é dela que partem as ordens sobre questões de segurança aérea no país, mas, com um sorriso no rosto, haver na história de um país, um momento como esse, entre duas tragédias que mataram quase 400 pessoas, um governante que, sobre os episódios decorrentes e consequentes desses trágicos momentos, declare qualquer coisa parecida com tenha prazer, esqueça, relaxe, goze… é tristemente inadmissível. Infelizmente, leitor, me faltam palavras pra descrever os meus pensamentos e sentimentos nesse exato momento. Durante a declaração dessa famosa frase, a Ministra disse que depois de toda a espera, as confusões, você vai viajar, relaxar… enfim. Quero saber dela, agora, o que ela tem á dizer às pessoas que morreram incineradas naquela aeronave? Já li algo que a única possibilidade de sair uma frase dela, seria “relaxa e explode”. Eu sei, dói falar, e dói ler isso. Mas ela já havia sido tão infeliz dizendo aquilo, e não dizendo nada agora, que essa frase terrível é só uma questão interpretação ao seu descaso. É assim que nossos governantes respondem em seus cargos às dores do país.

Essa semana, o Ricardo Noblat exemplificou muito bem, a diferença entre o tratamento brasileiro á nós brasileiros e o francês aos franceses. Vejam:

“Na manhã de ontem (22), perto de Grenoble, no sudoeste da França, um ônibus que transportava 50 peregrinos poloneses com destino ao santuário de Notre-Dame de la Salette, nos Alpes, mergulhou no leito de um rio ao trafegar em alta velocidade por uma estrada proibida à passagem de veículos pesados. Morreram pelo menos 26 pessoas, todas anciãs.

Duas horas depois, estavam no local do acidente, a 700 quilômetros de Paris, o primeiro-ministro francês François Fillon e o ministro que cuida das estradas Jean-Louis Borloo. Em seguida, chegou a ministra do Interior Michele Alliot Marie. O presidente da Polônia Lech Kaczynski avisou ao presidente da França Nicolas Sarkozy que viajaria de imediato para visitar os 24 sobreviventes.Kacczynski desembarcou em Grenoble às 12h45, horário de Brasília. Foi recebido no aeroporto por Sarkozy. Juntos, os dois consolaram os feridos internados no Hospital Geral de Grenoble. De lá, Kacczinski telefonou para familiares de alguns dos mortos. Sarkozy declarou que acompanhará pessoalmente o inquérito para apurar as causas do acidente. Aqui, às 18h45 da terça-feira da semana passada, um Airbus-320 da TAM espatifou-se ao aterrissar na pista principal, escorregadia e ainda inacabada do aeroporto de Congonhas. Morreram cerca de 200 pessoas. São Paulo fica a uma hora e vinte minutos de vôo de Brasília. O Comandante da Aeronáutica embarcou para lá na mesma noite, mas não saiu da Base Aérea. O ministro da Defesa não saiu de Brasília. O presidente da República reuniu-se com ministros no Palácio do Planalto, decretou luto oficial e divulgou uma nota de pesar. Não telefonou para o governador de São Paulo. Nem para o prefeito. Muito menos para parentes das vítimas. Sumiu de circulação durante três dias. Recuperava-se de um incômodo terçol no olho direito.” [trecho tirado do post Top, top, top para o Lula, o governo, a Tam e todos nós]
Infelizmente, querido leitor que me acompanhou até aqui, nosso governo ainda reclama que brasileiro fala mal do Brasil. Lula disse que não vê nada “de bonito na imprensa brasileira” e que só lê notícias negativas nas manchetes. “Quem viaja muito o mundo às vezes volta decepcionado com a imagem que se cria do Brasil lá fora. Aliás, eu acho que o Brasil é o único país em que os brasileiros viajam para fora e falam mal do Brasil. Você não vê um suíço falar mal da Suíça, você não vê um italiano falar mal da Itália, mas os brasileiros adoram falar [mal].” Por quê será, por quê será?

É triste ter que escrever e constatar isso. É triste ver a quem estamos entregues.

“Não pensei que teria de passar por mais um insulto: ouvir a falsidade de um presidente, sob a forma de ensaiadas e demagógicas palavras de conforto (…) Que soaram tão falsas quanto a forçada e patética tentativa que demonstrou ao simular uma lágrima.”

Os trechos colocados ao longo deste artigo provêm da carta de uma mãe, a administradora de empresas gaúcha Adi Maria Vasconcellos Soares, de 58 anos, mãe de Luís Fernando Zacchini, de 41 anos, um dos mortos na tragédia de Congonhas, que ela remeteu a Lula emocionada com data de 21 de julho.

“Aos governantes e à família brasileira. Perdi meu único filho.

Quanto ao inicial motivo de escrever esse artigo, o que tenho pra informar é que o governo do Rio quer convencer Lula á investir no Trem-Bala. “Em vez de concentrar os investimentos na aviação, por que não seguir a tendência de vários países da Europa, onde os trens rápidos têm recebido investimentos para atrair mais passageiros e o movimento na aviação tem caído?” argumenta o secretário estadual de transportes, Júlio Lopes. O secretário levou essa proposta para o Governador Sérgio Cabral como tentativa de atrair os recursos que seriam destinados á construção do terceiro aeroporto de São Paulo.

Se o nosso futuro de “ordem e progresso” estiver nos trilhos, que venham os trens-bala, os TGVs, os Thalys, os Maglevs, as Maria-Fumaça… mas que não venham mais mortes, mais sacrifícios sem-resposta. O que queremos, primordialmente, é o direito de ir e vir. Seja quem e pra onde for.

Thyago Miranda


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22 11 2007
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